Paloma Teixeira
O II Festival Anual de Múltiplas
Sexualidades deste ano chegou ao fim. O evento, que durou três dias chegou
repleto de debates intensos e regados a muita descontração e interação. Segundo
a professora da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) e
idealizadora do evento, Kiki Givigi, “o Festival busca pensar além diversidades”.
A discussão inicial sobre a criação do
evento aconteceu dentro do Núcleo de Gênero, Diversidade Sexual e Educação, o
Núcleo Capitu, coordenado por Givigi. A meta principal era unir as
potencialidades que a Universidade oferecia em diversos campos: arte, cinema,
educação... Agregar esses aspectos e trazer à UFRB um festival múltiplo, feito
por e para pessoas múltiplas.
Levar a diante um projeto como esse não
é simples, a idealizadora frisa que é preciso comprometimento e apoio. Segundo
ela, em sua primeira edição o festival contou com o público maior, “era uma
novidade, esse ano percebemos que só continuam os fortes”, afirma. A edição
passada pretendia desenvolver ações em escolas públicas com professores, mas só
foi possível concluir a metade do planejado. Nessa segunda edição, as ações não
aconteceram. “Não tivemos forças políticas para realizar as ações do primeiro
Múltiplas”, relata Givigi.
O
evento no CAHL
Iniciando os trabalhos com uma oficina
de teatro, o Festival, no Centro de Artes, Humanidades e Letras (CAHL) foi
descontraído e cheio de histórias. Os atores feirenses, Lion Guimarães, Sérgio
Porto e Revison Costa, deixaram o clima mais relaxado.
Trazendo curtas de alunos e professores
do CAHL, o Cine Diversidade deu início aos debates. Para um dos diretores,
Ronne Portela, “é importante expor pessoas, momentos e situações que estão na
invisibilidade”. Outra exibição que prendeu a atenção do público foi o média,
“Jéssica Christopherry”, de Rodrigo Luna. O documentário apresenta a história
de uma mulher que sempre foi apaixonada pelo trabalho desenvolvido pelos
transformistas e resolve sentir na pele como é ser transformista por uma noite.
O Babado Acadêmico 4 contou com a
presença de Diogo de Oliveira, do Coletivo Aquenda!, Camila Carmo, do Núcleo
Capitu e Anna Luísa Santos, da Rede LGBT de memória e museologia social. Os
núcleos se sustentam por conta de uma produção coletiva e através do debate
político. O Babado Acadêmico 5 trouxe como palestrantes Jamil Cabral Sierra (Universidade Federal do Paraná) e Júlio César
Sanches (Universidade Federal Fluminense ), que falaram sobre
movimentos sociais e a política Queer.
A programação cultural ficou a cargo dos DJs que agitaram a “Festa Universo
Diverso II”.
Na
ocasião foram lançados três livros:
Grupo de Pesquisa Cultura e Sexualidade,
Org.: Leandro Colling e Djalma Thürler.
Stonewall 40 + o que no Brasil?, Org.:
Leandro Colling. Disponível para download no site: http://politicasdocus.com/index.php/component/booklibrary/621/showCategory/53/Livros
Recôncavo sai do armário – Universidade,
gênero e sexualidade, Org.: Ana Cristina Givigi e Priscila Gomes Dornelas.
Serviço
A Rede LGBT de memória e museologia
social possui a revista: Memória LGBT, que é colaborativa e bimestral. Sua
terceira edição sai em Janeiro de 2014. Mais informações pelo site: http://www.memorialgbt.com/.